sábado, 9 de fevereiro de 2008

Coincidência


No New York Herald do dia 26 de novembro de 1911... há o relato do enforcamento de três homens. Morreram pelo assassinato de Sir Edmund William Godfrey marido, pai, e um versátil cavalheiro que residia em Greenberry Hill, Londres.
Foi morto por três vadios cujo motivo era simples assalto. Foram identificados como: Joseph Green, Stanley Berry e Daniel Hill. Green, Berry, Hill.

E quero pensar que foi apenas uma coincidência.

Conforme relatado no "Reno Gazette..." de junho de 1983 tem a história de um incêndio a água necessária para contê-lo e um mergulhador chamado Delmer Darion. Funcionário do Hotel e Cassino Nugget, Reno, Nevada contratado como carteador de vinte-e-um. Benquisto e estimado como uma pessoa ativa, um esportista, a verdadeira paixão de Delmer era o lago. Segundo o médico legista morreu de ataque cardíaco em algum lugar entre o lago e a árvore.
Mas o mais curioso foi o suicídio no dia seguinte de Craig Hansen bombeiro voluntário alienado pai de quatro crianças, com tendência a se embriagar. Ele era piloto do avião que casualmente puxou Delmer Darion da água.
Além disso, o Sr. Hansen havia conhecido Delmer Darion duas noites antes. O peso da culpa e a enorme coincidência levaram Craig Hansen a cometer suicídio.

Estou tentando pensar que tudo não passou de uma coincidência.

A história contada em 1961, num jantar para a Associação Americana de Ciência Forense pelo Dr. John Harper, presidente da associação começou com uma simples tentativa de suicídio.
Sydney Barringer, de 1 7 anos na cidade de Los Angeles, no dia 23 de março de 1958. Segundo o legista, o suicídio fracassado de repente, se tornara um homicídio bem sucedido. Ou seja... o suicídio foi confirmado por um bilhete no bolso de Barringer.
Ao mesmo tempo em que estava na beira do terraço de um prédio uma briga acontecia três andares abaixo. Os vizinhos ouviram, como sempre, a discussão dos inquilinos. Era comum ameaçarem um ao outro com uma espingarda ou uma das várias pistolas que tinham em casa.
- Eu vou te matar!
Quando a espingarda acidentalmente disparou.
- Seu babaca!
Sydney estava passando.
- O que foi?
- Cale essa boca!
Além disso, os dois inquilinos eram Fay e Arthur Barringer a mãe e o pai de Sydney.
Quando confrontados pela acusação que demorou para os policiais desvendarem a cena do crime Fay Barringer jurou que não sabia que a arma estava carregada.
- Sempre me ameaça com uma arma, mas não a deixo carregada.
- Você não carregou a arma?
- Por que eu carregaria a arma?
Um garoto que morava no prédio e que às vezes ia visitar Sydney Barringer disse que tinha visto, seis dias antes a arma ser carregada.
- Ricky! Venha aqui um minuto!
Parece que a briga, a discussão, tanta violência era demais para Sydney Barringer. Sabendo da tendência dos pais para briga resolveu fazer algo. Disse que queria que se matassem que eles queriam matar um ao outro e que ele os ajudaria, já que era o que eles queriam.
Sydney Barringer pula do nono andar. Seus pais discutem três andares abaixo. O tiro acidental atinge o estômago de Sydney quando ele passa pela janela do sexto andar. Ele morre na hora, mas continua a cair deparando, cinco andares abaixo, com uma rede instalada três dias antes por lavadores de janelas e que lhe teria salvado a vida se não fosse pelo buraco no estômago.
Assim, Fay foi acusada do assassinato de seu filho e Sydney Barringer ficou conhecido como cúmplice de sua morte.

Na humilde opinião desta narradora não é simplesmente "algo que aconteceu". Não pode ser "uma daquelas coisas".
Por favor, não pode simplesmente ser isso. É difícil expressar o que quero dizer. Não foi uma mera coincidência.
Essas coisas estranhas acontecem o tempo todo. Nesse grande jogo que é a vida não importa o que espera, o que merece mas o que você alcança.
É uma coisa que acontece. Isso é uma coisa que acontece.
"O que aconteceu, então?"
Há o relato do enforcamento de três homens e um mergulhador e um suicídio.
Há histórias de coincidência e casualidade e interseções e coisas estranhas contadas e qual é qual quem é que sabe?
Geralmente, dizemos:
"Se fosse num filme, eu não acreditaria."
O amigo de fulano conheceu o parente de beltrano, e assim vai.
Na humilde opinião desta narradora coisas estranhas acontecem o tempo todo.
E por aí vai, e por aí vai.
E a vida nos ensina:
"O passado já era para nós, mas não nós para o passado."

8 comentários:

Juno disse...

Que trágico.

Eu também tenho uma história que se fosse de filme, ninguém acreditaria. Mas ela é mais pra divertida, apesar de ter uma certa tristeza...

Pode ser que um dia eu te conte.

Abraços

.Intense. disse...

Eu entendi, e confesso que achei interessante e intrigante as histórias. Mas senti uma ponta de melancolia no post, sei lá. Será que eu tou doida?

Ana P. disse...

Eu tenho minhas dúvidas com relação às coincidências, ou aquela coisa que algumas pessoas costumam chamar de destino ou acaso.

Todas as nossas ações nos levam a passar por aquilo que passamos e pronto.

Agora... concordo com .intense, senti uma ponta de melancolia no post. E essa frase final coroou um domingo que já está melancólico pra mim. Complicado!

BejuTchau!

Renata! disse...

bah...bem sinistra a história!!

beijinhos

Caféína disse...

tudo acontece pq tem q acontecer.
cada vírgula, sem essa de coincidência

ta td bem contigo?

Testerrrr disse...

Posso listar umas que talvez vc já conheça?

Abraham Lincoln foi eleito para o congresso em 1846.
Jonh F. Kennedy foi eleito para o congresso em 1946.

Abraham Lincoln foi eleito presidente em 1860.
J.F.K. foi eleito presidente em 1960.

A secretaria de Lincoln se chamava Kennedy.
A secretaria de Kennedy se chamava Lincoln.

Jonh Wilkes Booth, que assassinou Lincoln, nasceu em 1839.
Lee Harvey Oswald, que assassinou Kennedy, nasceu em 1939.

Booth saiu a correr de um teatro e foi apanhado em um deposito.

Oswald saiu a correr de um deposito e foi apanhado em um teatro.

Booth e Oswald foram assassinados antes de seu julgamento.

Lincoln foi morto na sala Ford, do teatro Kennedy...

Kennedy foi morto num carro Ford, modelo... Lincoln

Bruno Backup disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Bruno Backup disse...

Magnólia é "O" filme!!! Mas Paul Thomas Anderson, tem muito mais a nos mostrar (e, quem sabe, ensinar) neste filme (se me permite, em Boogie Nights também). É um filme pra pessoas sensíveis e observadoras. Não é um filme de sessão da tarde ou pra pessoas passivas ante a tela da TV. Se assistires e debulhares o filme, vais gostar muito mais. Abraço,

Bruno Backup.